sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Professores pedem socorro na escola pública

Ex.mo Senhor
Osasco, 18 de Setembro de 2009.
Venho por meio dessa carta chamar a atenção de V.ex. a para o fato que passo a expor, sobre a indisciplina das escolas da rede pública. É de conhecimento de todos que existe um fracasso muito grande na educação escolar. E uma defasagem descomunal que mesmo em 2022 não será resolvida se não melhorar a qualidade do ensino, combatendo de uma vez a indisciplina. O problema se acumula de muito tempo e uma medida urgente de solução momentânea precisa ser feita. A Secretaria da Educação se fecha para esse assunto e a indisciplina das crianças e jovens são cada vez mais ousadas e freqüentes. A indisciplina esta corrompendo a moral e o intelecto das crianças, roubando suas infâncias e fazendo com que se tornem adultos inexpressíveis e ignorantes. Nossos professores estão migrando para outras áreas e o descaso do Estado e a desvalorização desses profissionais pela sociedade e visível. Falta aos professores condições de segurança no trabalho, salários mais dignos e uma maior autonomia. A fragilidade do professor é muito grande, para ter que enfrentam crianças e adolescentes agressivos, dissimulados rebeldes. Recebemos xingamentos, desaforos e desrespeito. As crianças e adolescentes já saem de suas casas desinteressados, desmotivados. Os professores entram em sala de aula e ficam 30 minutos implorando as crianças para que prestem atenção. Alunos ficam constantemente em pé, jogam baralho na sala de aula, saem da sala a todo o momento, batem portas para chamar atenção, jogam bolinhas de gude em horários impróprio, fazem bolinhas de papel, assobiam, cospem, dão risadinha atrapalhando o bom desempenho e o andamento da rotina escolar. As crianças precisam de comando, limites, regras. Falta a escola imposição de limites na educação. Afetividade em casa com os pais. Na escola amizade, coleguismo e respeito. Todas as crianças têm direito de ler compreender textos simples e conseguir fazer contas de matemática. Está assegurada na Constituição, art 207 que diz: que são deveres da família e do Estado, vida, saúde, educação, alimentação, lazer e etc. As crianças não estão sendo direcionadas a uma ética justa, até porque a família perdeu o foco do que seja o limite. Por falta de limites ou outro motivo desconhecido a escola esta sobrecarregada de crianças indisciplinadas, que não querem aprender, não prestam atenção, estão desmotivados. O ponto forte destas crianças são badernagem, desrespeito com seu próximo. A educação escolar está um caos.
Falta seriedade e competência do Estado, falta enfatizar as famílias seus deveres de pais e suas responsabilidades. O Estado tirou dos pais a tarefa de dar limites e afetividade, aos filhos, e o professor, ficou com a tarefa de desenvolver senso critico, a identidade e o limite, nas crianças e jovens. Valores que não cabe ao professor. O Estado deve tirar de suas costas o controle da afetividade que deve ser delegada aos pais. E estes devem desenvolver em seus filhos relacionamentos significativos, para que criem laços de amizades, companheirismo, coleguismo e tenha amor e respeito a seu próximo. A escola deve voltar ao conhecimento intelectual, à educação direcionada ao aprendizado, e sua pluralidade cultural. Se cada um fizer a sua parte, teremos melhor aproveitamento escolar. Queremos garantir mais seriedade e autonomia aos professores. Vamos tirar das mãos do professor a responsabilidade de dar educação e limites aos filhos da sociedade. Queremos fazer a diferença! Nos profissionais da educação estamos e ficamos ofendidos quando ouvimos que não temos preparo específico para dar aula. Estamos preparados sim! Para a área da educação a qual somos destinados. Só não estamos preparados para assumir papel de pai, mãe, psicólogo, psiquiatra e muitas outras qualificações que o Estado, e a escola nos joga nos ombros como se fossemos os verdadeiros culpados da calamidade que se fixou na Educação das escolas públicas. Desde já Agradeço com os meus melhores cumprimentos.

Um comentário:

Leoni R Dantas disse...

Juntando a indisciplina com a progressão continuada, os professores tem mais é que pedir socorro.